Não basta acesso à informação, se falta conhecimento para interpretar as notícias

E ao mesmo tempo, sem prática, pra que serve tanta teoria?

Na análise tenho investigado e trabalhado as minhas dualidades, não para eliminá-las, mas simplesmente para ampliar a minha consciência sobre elas e não deixar que o ping-pong entre medo e desejo me paralise.

Acredito que ao olhar os duelos que me constituem (ou que me habitam) de fora, me instrumentalizo para dar um passo além da disputa dessas forças antagônicas internas.

E então, ao me movimentar e conquistar o degrau seguinte da caminhada, inevitavelmente me deparar com novas dualidades e contradições… entendendo que não tem muito pra onde fugir: é assim que a vida terrena funciona, a existência na matéria é dual por definição e natureza.

Bom, coloco isso porquê hoje quero falar sobre política e a dualidade entre informação e conhecimento. E depois ainda tem outra dualidade, que é a teoria e prática.

Lembrando que os paradoxos podem ser reconciliados e que o ideal é conseguir tanto olhar pra realidade com bagagem para interpretá-la, e mais do que isso, operar sobre ela… tendo pensamento e ação; teoria, discurso e prática alinhados. Mas quantos de nós tem sido capaz de fazê-lo?

Antes de entrar no tema do texto, gostaria de resumir aqui

Meu posicionamento político:

Sem água não há vida: água é o bem mais precioso da Terra. Para ter água, precisamos do solo coberto. Assim, para evitar o colapso do planeta: precisamos das florestas de pé.
Comer comida sem veneno é um direito básico do ser humano. A fome no Brasil é uma invenção política – não é decorrente da falta de alimentos, mas da má distribuição de terras e recursos.
O Brasil tem condição de alimentar todos os seus habitantes. Para isso precisamos de reforma agrária, incentivo à agricultura familiar e incentivo do usos das técnicas agroflorestais.
Todos os seres humanos devem ser livres para serem quem são, e amarem quem quiserem. A educação deve ensinar a pensar, e não a obedecer.
A riqueza está na diversidade: humana, cultural, ambiental, alimentar.
A vida de todos os seres humanos tem o mesmo valor, e, portanto, todos os seres humanos devem ser tratados de maneira igualitária. Pessoas valem mais do que coisas. (Triste ter que escrever isso)

Isso é o básico, mas aprofundando um pouco mais:

Sou contra todo tipo de autoritarismo político. Detesto nacionalismos e patriotismos. Na hora de se falar em país, pra mim importa mais a diversidade cultural que o compõe, do que o ideal militarizado de nação.
Raça é um conceito político e não existe raça superior a outra.
O PIB aumentar não significa nada se não há distribuição de renda. O bem estar social vale mais do que a bolsa de valores. Não acredito em meritocracia. O neoliberalismo é podre.
É fundamental que os idosos tenham condições de se aposentarem. A perda de direitos trabalhistas vai nos custar caro demais enquanto sociedade.
Poucas empresas terem domínio sobre a internet é tão perigoso quanto uma ditadura.

Cada um dos tópicos citados acima rende bastante pano pra manga. Dá pra pensar e pesquisar um monte. Tudo isso é política, e essa política me interessa muito.

Agora, saber o nome do promotor que investigou o caso x de “combate à corrupção” (sendo que a corrupção é quase um pilar da política brasileira), acompanhar o julgamento em tempo real, ver o Bolsonaro mentindo na cara dura, saber qual foi o último disparate que aquele jegue falou, etc.. Pra isso infelizmente eu não tenho paciência, interesse ou estômago.

Uma outra dualidade que me compõe é que apesar de ser formada em Comunicação Social eu detesto o Twitter, acho o jornalismo brasileiro uma bosta e tenho ânsia de vômito (de verdade) ao ouvir o tom de voz e a hipocrisia dos comentaristas e jornalistas de TV, principalmente da CNN e GloboNews.

É claro que estar inteirado do que está acontecendo é importante, mas muitas vezes sinto que só ler notícias em tempo real me enche de ódio e ao mesmo tempo de um sentimento muito grande de impotência.

Desde pelo menos 2016 (quebra da democracia e ascensão de governo com tendências fascistas) tenho sentido a necessidade de dar um passo pra trás na torrente de notícias e estudar sobre a estrutura desse momento político que estamos vivendo.

Como o que estamos vivendo hoje se relaciona com o passado? Quais forças estão em jogo? Quais são as possíveis saídas?

E então, a partir do conhecimento ter capacidade de explorar um significado mais profundo da informação. E assim, nesse novo degrau, ultrapassar uma segunda dualidade, e partir da teoria para a prática: a construção do mundo que queremos e acreditamos.

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