Reler “cem anos de solidão”, e ver que eu não tinha entendido nada

Nada talvez seja uma palavra muito forte. Eu lembrava do gelo e das caravanas de ciganos por Macondo. Lembrava da pianolas de Pietro Crespi e que era uma história de uma família ao longo do século, cujos nomes e histórias se repetiam. Lembrava de Remédios, a Bela.

Mas não lembrava, ou melhor, talvez na primeira leitura eu simplesmente não tenha entendido, o contexto político da trama. A guerra entre liberais e conservadores na Colômbia, a companhia bananeira.

A reviravolta por poder dos liberais, nem saber porque se faz a guerra. A perda dos princípios.

O menino da família, que sai errado, nasce conservador.

O afastamento do Capitão Aureliano Buendía do povo, a risca de giz de 3 metros.

No final, Aureliano Babilônia mantém a memória viva de José Arcádio Segundo que esteve junto dos trabalhadores da companhia bananeira que foram assassinados em 3 mil e depois atirados ao mar. Ele repete isso insistentemente.

No final, o autor brinca que a literatura é a melhor forma de gozar dos outros. E também Aureliano Babilônia experimenta um certo remédio da sua solidão com o grupo de amigos literários que faz na livraria do velho catalão, uma pessoa nem satisfeita com a Colômbia nem no regresso para a Espanha.

Esse texto contém spoilers.

A sensibilidade quando José Arcádio Buendia morre e começam a cair flores amarelas do céu sem parar.

A chuva de anos, pandemia ?

O medo de Úrsula no começo do livro é a profecia que se cumpre.

Aureliano Segundo e Petra Costa, na fartura e na pobreza.

A solidão dos farristas.

O próprio Gabo tava fudido quando escreveu esse livro – solidariedade com a própria esposa?

A putaria, como esse livro foi recebido em 67?

Gabo – Melquíades – Deus

Alquimistas

A história de uma família, geração após geração, todos ou quase todos com a solidão como destino ou ponto de partida, a ascensão e o declínio da família, de Macondo. O tempo passando, o avanço chegando.

As mulheres, Gabo tem um conhecimento muito profundo delas.. seus desejos.. isso em 67

Úrsula é uma das personagens mais fantásticas da literatura, pra mim
Pilar Ternera
Remédios, a Bela
Renata Remédios – Meme
Amaranta Úrsula
Fernanda e seus fluxos de consciência
Petra Costa

Me espanta como um autor de 30 e poucos anos pode ser capaz não só de mergulhar e compreender a profundidade da alma humana em tantas refrações, como sabê-lo exprimir tão bem. Falar sobre a vida, a velhice, a morte… a solidão… com tanta propriedade.

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